A postura do presidente Luiz Inácio Lula da Silva em relação à possibilidade de o governo federal não cumprir a meta fiscal do próximo ano rendeu críticas na imprensa. De acordo com o jornal O Estado de S. Paulo (Estadão), o petista faz questão de externar a sua “visão populista” em uma área que a responsabilidade deveria dar o tom.
A publicação ressalta que, com esse tipo de ação, Lula acaba por trabalhar contra o seu próprio ministro da Fazenda, o também petista Fernando Haddad. Conforme o jornal, Haddad foi “solenemente desmoralizado” pelo presidente da República em 27 de outubro. Na ocasião, Lula reforçou o interesse de não cumprir a meta fiscal de 2024.
Nesse sentido, o Estadão lembrou da frase de Lula. Isso porque o presidente afirmou que para o ministro da Fazenda, dinheiro bom seria dinheiro no Tesouro — ou seja, poupado. No entanto, Lula reforçou ter visão oposta a essa estratégia. “Para quem está na Presidência, dinheiro bom é dinheiro transformado em obras”, disse o petista.
“A frase de Lula não tem nada de acidental”, frisa a equipe do Estadão em editorial, texto que representa a opinião institucional de uma empresa de comunicação. O conteúdo foi publicado nesta terça-feira, 7. Jornal O Estado de S. Paulo, sobre Lulanone
“Em tese, os recursos reservados no Orçamento têm mesmo de ser aplicados nas obras a que se destinam”, prossegue o veículo de comunicação. “O Tribunal de Contas da União (TCU), por meio do relatório Fiscobras, já identificou que problemas de fluxo de caixa explicam boa parte dos milhares de obras paradas no país.
Além disso, o jornal reforça o fato de o governo federal gastar mais do que arrecada. Dessa forma, só haveria duas possibilidades de se chegar ao déficit zero nas contas públicas: aumentar a arrecadação, o que se daria por meio de mais impostos; ou reduzir os gastos da máquina federal. Lula, a saber, é contra a diminuição de gastos. A criação de taxas, contudo, dependeria do aval do Poder Legislativo.
Lula está de olho em 2026, afirma Estadão
O Estadão afirma, por fim, que, com sua “visão populista”, Lula ignora a responsabilidade fiscal porque tem apenas um objetivo. De acordo com o jornal, o petista só pensa em apresentar ações em prol de sua tentativa de reeleição, em 2026.
“O pior é que o presidente nem faz questão de disfarçar sua única e verdadeira preocupação: a eleição de 2026”, afirma a publicação, em trecho de seu editorial desta terça-feira. “Ao instar os ministros a serem os ‘melhores gastadores’, Lula disse que, “se os ministros forem bem, o Brasil vai bem, e eu e o Alckmin [Geraldo Alckmin, vice-presidente] vamos bem, e se vocês não fizerem direito, o Brasil vai mal, e eu e o Alckmin vamos mal’.”
Fonte: Revista Oeste
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