Uma das áreas mais sensíveis do governo vive dias de inquietação. Nesta quinta-feira (7), servidores da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) se manifestaram publicamente e denunciaram o que chamam de um quadro de esvaziamento do órgão, alegando que tinham “esperança de avanços expressivos” no governo Lula – medida que, segundo eles, “não foi concretizada”. – Trabalhamos sob um regime normativo precário que traz insegurança e incerteza quanto a atribuições e a ferramentas laborais básicas – disseram, em carta aberta. Segundo a União dos Profissionais de Inteligência de Estado da Abin (Intelis), o governo Lula gerou expectativas por avanços institucionais, com projeção de “abertura de diálogo com a Casa Civil e outras instâncias do Estado”.
A entidade defende, porém, que ainda há a necessidade de uma “construção coletiva entre poderes da nova fase da inteligência brasileira”. – A transferência da Abin para um órgão civil e a revisão da estrutura do Sistema Brasileiro de Inteligência (Sisbin) foram avanços importantes, mas é preciso dar os próximos passos, para que jovens brasileiras e brasileiros desejem integrar os quadros de uma instituição essencial ao Estado e à sociedade de nosso país – destaca o texto. Os agentes de Inteligência sustentam que quatro em cada cinco vagas de trabalho na Abin estão desocupadas e que os concursos são “pouco frequentes”. Segundo a entidade de classe, os quadros do órgão “têm menos de um terço do número de servidores com que conta a Polícia Civil da menor unidade da federação”. Outra reclamação se dá quanto ao “arrocho salarial”.
– O Brasil é muito grande e importante para ter um serviço de inteligência que evolui tão lentamente em termos institucionais. Precisamos de uma agência central do tamanho dos desafios enfrentados pelo nosso país e, para isso, precisamos valorizar o profissional de inteligência – completaram.
*AE
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