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Espanha: líder conservador critica separatistas e deve ficar sem maioria


O conservador Alberto Núñez Feijóo, líder do Partido Popu- lar (PP) da Espanha, criticou ontem a possibilidade de anis- tiar os separatistas catalães, fe- chando as portas de qualquer coalizão para que ele se torne premiê espanhol. “Não é acei- tável. Nem do ponto de vista jurídico, nem ético”, disse.

As críticas foram feitas no discurso de investidura de Fei- jóo, que marca o início do pro- cesso parlamentar para a for- mação do novo governo. Ape- sar de sido o partido mais vota- do nas eleições de julho, o PP tem dificuldade para construir uma maioria simples de 176 de- putados no Parlamento. Isto porque a Espanha saiu das urnas dividida. O bloco con- servador elegeu 170 parlamen- tares(137doPPe33doVox,de extrema direita).


A esquerda, li- derada pelo atual premiê, Pe- dro Sánchez, do Partido Socialista Operário Espanhol (P- SOE), fez 153 deputados (122 do PSOE e 31 do Sumar). Os 27 votos restantes perten- cem a partidos regionais e na- cionalistas, incluindo 7 parla- mentares do Junts per Cata- lunya, fundado por Carles Puigdemont, que vive no exí- lio, na Bélgica, desde o referen- do fracassado pela indepen- dência da Catalunha, em 2017. DESAFIO. Historicamente, os conservadores sempre vive- ram às turras com os separatis- tas. O então premiê Mariano Rajoy, do PP, foi quem orde- nou a brutal repressão aos cata- lães em 2017. Portanto, a alian- ça era considerada desde o iní- cio como improvável. Ontem, Feijóo criticou novamente o diálogo entre o PSOE e os inde- pendentistas. Formar um governo não se- rá uma tarefa simples. A pri- meira votação será realizada hoje.


Caso Feijóo não conquis- te os 176 votos, uma segunda votação ocorre na sexta-feira. Sánchez vem negociando uma aliança com os partidos regio- nais. No entanto, se separatis- tas e nacionalistas optarem pe- la abstenção, o líder do PP po- de ser eleito com qualquer maioria. Para conquistar o apoio dos independentistas, Sánchez aceitou incorporar três novas línguas como idiomas oficiais da Espanha. Desde a semana passada, os deputados podem falar no Congresso em catalão, galego e basco.


Os documen- tos oficiais também começa- ram a ser traduzidos para idio- mas regionais. Até o momento, Sanchez conquistou o apoio de dois par- tidos bascos, que somam 13 votos, e um da região de Barcelo- na, o Esquerda Republicana da Catalunha (ERC), com mais 7 votos. Isso lhe garantiria 171 vo- tos,umamaisdoqueoPPso- ma com o Vox. Para ampliar a soma, o PSOE negocia com o Junts, de Puigdemont, que tem como principal objetivo uma anistia para os separatistas. Em 2021, líderes catalães, como Jordi Sánchez, Jordi Cuixart e Oriol Junqueras, que estavam atrás das grades, receberam o indul- to do governo, em 2021. Ou- tros, no entanto, estão no exí- lio ou presos.


Fonte: O Estado de São Paulo

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