Ainda na manhã da quinta-feira 1°, o ministro da Justiça, Flávio Dino, foi até à Residência Oficial da Câmara dos Deputados para se encontrar com opresidente da Casa, Arthur Lira (PP-AL).
Conforme apurou Oeste, Dino foi colocar panos quentes depois que a Polícia Federal (PF) deflagrou — no mesmo dia — uma operação contra aliados do deputado alagoano.
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Na reunião, que durou cerca de 30 minutos, o ministro da Justiça disse a Lira que a operação ocorreu apenas por decisão da Justiça Federal em Alagoas — e não por questões pessoais. Na quarta-feira 31, o clima entre o presidente Lula e Lira não estava bom.
O governo precisava aprovar a medida provisória (MP) dos ministérios com urgência, pois a matéria iria caducar no dia seguinte. Sem base no Congresso, o petista recorreu a Lira pela manhã.
O presidente da Câmara convocou uma reunião com os líderes da base, mas deixou claro que não faria mais nenhum esforço para ajudar o governo.
Horas depois, já na Câmara, Lira disse o governo teria de andar com as próprias pernas e que, se a MP não passasse ou caducasse, a culpa seria da gestão Lula, não da Câmara.
Pouco antes de a votação começar, o STF pautou uma ação que poderia tornar Lira réu por corrupção passiva. Perto da meia-noite, a Casa aprovou a matéria por 337 votos a favor.
No dia seguinte, em Alagoas, a PF cumpriu 26 mandados de busca e dois de prisão temporária. Entre os alvos estavam Edmundo Catunda, pai do vereador de Maceió João Catunda (PSD), próximo a Lira; e Luciano Ferreira Cavalcante, ex-assessor de gabinete do presidente e hoje lotado na liderança do PP. O celular de Cavalcante, inclusive foi apreendido.
Diante da explicação do ministro, Lira pareceu não ter se convencido de que –, justamente um dia após a prova de fogo do governo no Congresso –, a operação não seria por uma questão pessoal.
Fonte: Revista Oeste
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